Caro radionauta,
nos anos 30, na então Capital Federal, o Rio de Janeiro, teve o pioneirismo na locução esportiva: O locutor Amador Santos.
Segundo o livro "Bastidores do Rádio- Fragmentos do Rádio de Ontem e de Hoje", do radialista Renato Murce, Amador Santos narrava uma partida futebolística como se estivesse sentado e vendo uma óoera no Theatro Municipal, tal era a sobriedade.
Os clubes de futebol naquela época, através dos seus dirigentes ou "cartolas" achavam que as transmissões esportivas pelo rádio prejudicavam as bilheterias, pois naquela época os rádios não eram portáteis.Cabe relembrar que, naquele momento, dos anos 30/40, os rádios eram fixos em uma parte central da casa(geralmente a sala de estar) e tinha um caráter de status social já que eram muito caros.
Voltemos ao Amador. Certa vez, em mais uma PROIBIÇÃO dos clubes cariocas, Santos levou mais uma vez um "cartão vermelho" em São Januário. Naquele dia, ele irradiaria um Fla x Flu(o estádio do Maracanã ainda não existia). Como não esmorecia, o campo do Vasco da Gama era parcialmente fechado por prédios que davam brechas perto das casas que lá havia, de onde podia ter alguma fresta.. Ele, como bom brasileiro, deu o seu "jeitinho brasileiro": fez a transmissão trepado no poleiro de um galinheiro de uma daquelas casas. Entre ruídos estranhos e "cacarejos", aquele Fla x Flu, com certeza, não foi a mesma coisa. Após o "apito do juiz", deu o que falar. Foi um "bafafá".
A partir do fato Amador Santos narrar uma "peleja" trepado em um poleiro de galinheiro, os clubes modificaram a maneira como "olhavam" as estações radiofônicas esportivas. Todas as emissoras tiveram e puderam, enfim e em paz, obter acessos livres para trabalharem nos dias de jogos.
Um abraço radiofônico,
Isabela Guedes